quinta-feira, 1 de julho de 2010

Arte Minimalista

 

Uma cadeira com uma perna maior do que a outra, uma sobreposição de traves de madeira de uma forma aparentemente comum, a louça de um lavatório colocado de baixo para cima, uma pintura sem título com duas zonas pintadas de cor diferente, um conjunto de lâmpadas fluorescentes dispostas em fila indiana e a representação de um quadrado amarelo gigante feito de alcatifa. Eis um conjunto mínimo de exemplos do que poderia ser incluído numa exposição de arte designada “minimalista”.

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Este movimento artístico, que ainda possui muitos seguidores em todo o mundo, teve o seu grande período de afirmação nas décadas de 60 e 70. No entanto, poder-se-ão detectar diversos sinais antecessores nas décadas de 40 e, sobretudo, de 50. O seu principal centro de divulgação, por essa altura, encontrava-se nos Estados Unidos da América, com especial destaque para as cidades de Nova Iorque e Los Angeles, onde um número apreciável de artistas começou a produzir uma série de trabalhos artísticos, que iam definitivamente contra tudo aquilo que havia sido estipulado durante séculos como obra de arte.

Estes artistas pretendiam reagir não só a então novas correntes artísticas, como o Expressionismo Abstracto e a Arte Pop, como a todas as ideias que defendiam a arte como algo profusamente elaborado e, sobretudo, feita para agradar os sentidos através da complexidade de cores e formas. A arte minimalista preza a simplicidade, o completo despojamento e não se esquiva a recorrer a objectos e materiais durante muito tempo inconcebíveis de ser utilizados em arte. No entanto, o tamanho e a dimensão das suas obras varia desde um simples objecto que cabe na mão ou uma pequena gravura, até uma construção geométrica em mais do que uma secção e que ocupa várias salas ou um imenso painel ocupando uma vasta parede de 30 metros por 15.

Sem dúvida, que esta corrente artística terá chocado tanto a generalidade dos críticos de arte, muito confortáveis nas suas concepções adquiridas e julgada sapiência, como muitos dos visitantes dos museus e galerias de arte onde as suas obras conseguiram ver-se expostas. Como colocar no mesmo plano uma pintura de Jeronimus Bosch representando o juízo final e o urinol de porcelana de Marcel Duchamp?

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Donald Judd

Se o expressionismo abstrato dominava as décadas de 1940 e 1950, o minimalismo era fenômeno dos anos 60. Conceito amplo, o minimalismo alude ou à redução da variedade visual numa imagem, ou ao nível de esforço artístico necessário para produzir tal redução.

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A conseqüência é uma forma de arte mais pura e livre de mistura que quaisquer outras, despojada de referências não-essenciais e incontaminada pela subjetividade.

Recorrendo a poucos elementos plásticos e compositivos reduzidos a geometrias básicas, procura a essência expressiva das formas, do espaço, da cor e dos materiais enquanto elementos fundadores da obra de arte. "menos é mais".

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O artista minimalista mais representativo foi o pintor Frank Stella, conhecido pelas suas pinturas austeras, constituídas por linhas e riscas de cor, paralelas, e pelas formas variadas e irregulares, embora geralmente simétricas, dos quadros

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Embora tenha começado na pintura, a Arte Minimalista conheceu o seu maior desenvolvimento na escultura. Os escultores usam normalmente processos e materiais industriais, como aço, plástico ou lâmpadas fluorescentes, na produção de formas geométricas, explorando as relações espaciais e a capacidade de a escultura interagir com o espaço envolvente, apostando na experiência corporal do próprio espectador.

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Donal Judd

Destacam-se as obras de Donald Judd, com as suas caixas uniformes em madeira, metal ou acrílico, pintadas com cores fortes, de Dan Flavin, com esculturas produzidas com tubos de luz fluorescente, de Sol LeWitt, com as construções em cubos e pinturas geométricas e de outros artistas como Robert Morris, Carl André, Richard Serra e Yves Klein

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Dan Flavin

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Sol Lewitt

 

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Robert Morris

 

 

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Carl André

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